Será que preciso mesmo ir a uma igreja?

Quantas vezes você já se perguntou se é necessário mesmo frequentar uma igreja para poder ter uma aliança e um relacionamento sério com Deus? Esse é um questionamento comum hoje em dia, dado vista os crescentes escândalos e os problemas co membros de igrejas. Mas vamos analisar essa questão na ótica bíblica. O que a Bíblia ensina sobre a Igreja? Como ela surgiu, qual sua importância e qual seu propósito? Porque existem tantos problemas e escândalos envolvendo membros de igrejas e qual deve ser nossa postura diante de tudo isso?

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Primeiro vamos esclarecer a diferença de igreja e religião. As relações entre igreja e religião são bastante estreitas. Em virtude dessa proximidade geram muita confusão para aqueles que se dedicam a estabelecê-las. É sabido que o substantivo Igreja tanto pode se referir ao prédio onde a comunidade religiosa se reúne para os seus ofícios, como à própria comunidade. No entanto, também é comum a pergunta a respeito da religião de cada um. E quando a pessoa responde que é cristã, de imediato a pergunta é aperfeiçoada para melhor esclarecimento: “Não, eu quero saber qual é a sua igreja?”. Demonstra-se que, para uma parcela da população, religião e igreja são a mesma coisa.

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A religião nada mais é um conjunto de regras estabelecidas pelo homem na tentativa de se relacionar com Deus. O principal sentido da palavra Igreja, escrita inclusive com “I” maiúsculo, se refere a Igreja no sentido espiritual, composta por todas as pessoas que entregaram sua vida a Jesus Cristo! - “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

“Porque foi para isto também fostes chamados, pois também Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado” (I Pedro 2:21-22) – Analisando vários versículos como estes podemos perceber que para ser um verdadeiro seguidor de Cristo é sobre o que acontece no nosso interior. Jesus foi um homem como nós, mas Ele nunca teve pecado. Devido a isso Ele tornou possível para nós também vencer o pecado.

Independente de onde uma pessoa estiver fisicamente, se ela está em Cristo, ela tem a salvação e já faz parte da Igreja – “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação. Porque Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Coríntios 5:17-19).

Mas então, se eu tenha a Palavra de Deus que me mostra a vida que Jesus teve, é necessário ir à igreja?                                       

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Corte seu dedo fora. Depois veja o que acontece. Assim como seu dedo sem o resto do corpo morre e apodrece, você sem a igreja não consegue sobreviver. Igreja é uma palavra coletiva. Você não é a Igreja. Nós somos a Igreja. O apóstolo Paulo usa a ilustração de um “corpo” figurativo para explicar que, se nós realmente queremos progredir, precisamos uns dos outros - “De quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado por todas as juntas, segundo a operação eficaz pelo qual cada parte faz a sua parte, causa o crescimento do corpo para a edificação de si mesmo em amor.” (Efésios 4:16) - Aqui podemos ver que todos os verdadeiros cristãos são membros deste corpo de Cristo – “Tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo” (Efésios 4:12), e como tal, precisamos uns dos outros para que todos nós possamos progredir no caminho que Ele abriu para nós.

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Nem todos podemos ter o mesmo papel no organismo, mas quando eu sou fiel e verdadeiramente sigo a Cristo e permaneço firme contra as tentações do pecado que eu encontro na minha vida, então eu estou “fazendo a minha parte.” Estou fazendo o crescimento do corpo. É por isso que precisamos nos unir regularmente, para edificar e encorajar uns aos outros para ficar firmes na tentação.

Não se trata de ser uma regra ir para igreja, mas uma questão de necessidade. O apóstolo Paulo fala em Hebreus sobre como os membros do Corpo de Cristo devem ser: “Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois Ele que prometeu é fiel. E vamos considerar uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” (Hebreus 10: 23-25). Juntos, podemos encorajar uns aos outros e ficar firmes, esperando a vinda de Jesus. Sozinhos, ficamos muito mais fracos e vulneráveis. Assim como uma única pedra não forma uma construção, e um único membro não forma um corpo, assim também não existe a possibilidade de um relacionamento com Deus permanecendo sozinho – “Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?” (I Coríntios 12:19), ou se reunindo apenas com pessoas que não fazem parte do Corpo de Cristo – “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Salmos 1:1). 1). Uma vez que passamos a fazer parte da família de Deus é preciso andar em comunhão com nossos irmãos, fazendo surgir assim a igreja espiritual que dará origem a igreja local.



A grande maioria das cartas escritas por Paulo no Novo Testamento foram direcionadas às igrejas locais da época: igreja de Corínto, Éfeso, Filipos, Tessalônica entre outras.

Fazer parte de uma igreja local não traz a salvação, mas é uma conseqüência dela. É a mesma relação existente entre a graça de Deus e as boas obras – “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9). “Assim também a fé se não tiver obra é morta em si mesma” (Tiago 2:17) - Assim como fé sem obras é morta, também não existe vida em Cristo sem se reunir como igreja.

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Agora, quantas pessoas precisam estar reunidas para formar uma igreja local? A Bíblia diz: “Onde se acha dois ou três reunidos em Meu Nome aí estou Eu no meio deles” (Mateus 18:20), ou seja, ali existe uma Igreja. Veja bem que não é fazendo qualquer coisa que tais pessoas estão reunidas como Igreja, são pelo menos duas pessoas buscando um relacionamento com Jesus Cristo.

Agora perguntamos se um grupo pequeno sem vínculo com uma comunidade maior, ainda sim pode ser considerado como igreja local?

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Se esse grupo pretende continuar pequeno e fechado, ele foge completamente do principal objetivo da Igreja que é a pregação e expansão do Evangelho – “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Agora, se por outro lado este grupo pretende se consolidar e crescer como uma igreja local, é preciso saber como surgiu esse grupo.

Será que a pessoa que iniciou esse ministério foi mesmo direcionada por Deus, ou será que ela não foi motivada por questões pessoais? Alguns são movidos pelo orgulho, outros pela decepção, outros pela ganância e outros pela vaidade – “E que dentre vós mesmos se levantarão homens falando coisas perversas para atrair os discípulos após si” (Atos 20:30). Muitos desejam ter sua própria igreja e esquecem quem é o verdadeiro dono da Igreja. Várias pessoas receberam supostas visões ou sonhos de Deus ao longo da história, para criarem novas “igrejas”, e a conseqüência foi o surgimento de inúmeras seitas.

Por isso que não é qualquer igreja local que é uma Igreja de Cristo. O que define uma igreja como sendo uma Igreja de Cristo não é a boa vontade de um líder ou o que está escrito na placa da igreja, mas sim o que é ensinado dentro da igreja. Tudo deve estar de pleno acordo com as Escrituras.

Muitas heresias acabaram surgindo dentro da igreja ainda nos primeiros séculos, o que acabou gerando divisões e conseqüentemente o surgimento de novas igrejas e, posteriormente, estas novas igrejas foram se diferenciando umas das outras por adotarem diferentes posições ou linhas teológicas, que são doutrinas não obrigatórias.

Contudo, hoje em dia, pela grande variedade de denominações existentes, e por tudo o que já foi construído e pesquisado ao longo da história, formar uma nova igreja por questões doutrinárias é muito perigoso, o risco de construir algo sem alicerce e formar um corpo sem cabeça é muito grande. Vale muito mais a pena buscar uma igreja fundamentada na Palavra.

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Um dos principais motivos pelo qual muitas pessoas não querem ou deixam de frequentar uma igreja é a existência de muitos problemas e escândalos. Mas porque essas coisas acontecem?

Existem pessoas que se infiltram na igreja local com a intenção de um dia serem líderes para satisfazerem os seus próprios desejos – “Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos fiéis que não pouparão o rebanho” (Atos 20:29), já ouviu aquela expressão “lobo em pele de ovelha”? Então, isso vem da Bíblia – “Guardai-vos dos falsos profetas que vêm a vós disfarçados em ovelhas mas interiormente são lobos devoradores”(Mateus 7:15).

E também existem pessoas que frequentam assiduamente uma igreja, mas não fazem parte do Corpo de Cristo. Não houve um novo nascimento, normalmente são pessoas nas quais não se consegue identificar uma transformação de vida, elas simplesmente frequentam a igreja por influência dos pais ou por conveniência e acabam se acostumando com a vida na igreja.

Porém, nós não temos condições de saber se uma pessoa nasceu de novo ou não, as vezes é uma pessoa que está em um processo mais demorado de conversão, ou então, infelizmente, uma pessoa que nunca irá se converter – “Sempre aprendendo mas nunca podendo chegar ao pleno conhecimento da verdade” (II Timóteo 3:7), mas é somente Deus quem sabe aqueles que lhe pertencem. Não cabe a nós esse julgamento, basta seguir a orientação que Deus nos dá para não sermos enganados: toda árvore é conhecida pelo seu fruto (Mateus 12:33), se o fruto for ruim, basta você não comer. Quem um dia irá cortar essa árvore é o próprio Deus – “E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo” (Lucas 3:9).

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Também devemos entender que se o objetivo da igreja é preparar pessoas para manifestar o Reino de Deus na terra, significa que Deus não trabalha com pessoas prontas, caso contrário elas não precisariam ser preparadas – “Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos” (Romanos 14:1). A verdade é que a igreja é como um hospital, repleto de pessoas feridas e machucadas com o propósito de serem curadas – “E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes” (Marcos 2:17).

Porque a Bíblia ensina que o crescimento e a maturidade só vem através do tempo e da preparação realizada dentro da igreja – “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Efésios 4:13-16). São as tribulações e as dificuldades que enfrentaremos dentro da igreja que podem moldar nosso caráter e nos fazer mais semelhantes a Jesus Cristo. Afinal, é onde vamos nos relacionar com pessoas diferentes, com personalidades diferentes e temperamentos diferentes, ou seja, teremos que exercitar a paciência, a mansidão, o domínio próprio, a benignidade, a bondade, a fé e principalmente o amor. E foi exatamente para isso que Jesus Cristo nos chamou e provavelmente, o principal tratamento de caráter está em se submeter a uma liderança. Afinal, apesar de sermos todos iguais aos olhos de Deus, por uma questão de ordem, Deus estabeleceu funções, ministérios e, conseqüentemente, autoridades dentro da igreja. Pessoas pelas quais nós seremos confrontados, desafiados e até muitas vezes, talvez aos nossos olhos, incompreendidos e injustiçados. Muitas vezes vamos discordar de certas atitudes e também teremos opiniões diferentes, mas se isso não ferir as Escrituras, devemos continuar em obediência – “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria” (Hebreus 13:17). Já participei de uma igreja em que a pastora me pediu dinheiro emprestado e não pagou, sem contar que largou o marido só porque não era cristão pra se juntar com um pastor separado da esposa e tudo isso vai de contra as escrituras – “Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela. E se ela se divorciar de seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério" (Marcos 10:11,12). Não pude permanecer nesse lugar pois não se tratava de uma igreja mas uma seita, mas Jesus me direcionou para uma igreja de verdade, firme na Palavra e estou muito feliz.

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Enfim, lembre-se que para esclarecer pontos conflitantes, o diálogo é sempre a melhor opção. Pense na igreja como a arca de Noé, permanecer dentro dela poderia parecer quase insuportável, mas fora dela a tempestade era muito pior. Sua decepção com as pessoas jamais poderá ser motivo para deixar de frequentar uma igreja – “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século” (Efésios 6:12)

Você é livre para escolher uma igreja com a qual você mais se identifique, só é preciso tomar muito cuidado para não acabar entrando em uma seita. Contudo, se você procura uma igreja perfeita, sinto lhe dizer, mas a partir do momento em que você fizer parte dela, ela deixará de ser perfeita.

Graça e Paz de Jesus!!!

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